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Peixe-elétrico pode matar um ser humano? Especialistas explicam

Poraquê é a espécie mais comum na região amazônica; as descargas elétricas fortes são usadas para caça e defesa e podem chegar a 600 volts. ...

Poraquê é a espécie mais comum na região amazônica; as descargas elétricas fortes são usadas para caça e defesa e podem chegar a 600 volts. — Foto: Leandro Sousa/Acervo Pessoal
Homem de 46 anos morreu afogado em rio, em distrito de Rondônia e principal suspeita é que afogamento aconteceu depois de um choque de peixe elétrico. Descargas elétricas são usadas para caça e defesa e podem chegar a 600 volts.
Durante a época da estiagem na região amazônica, é comum que histórias sobre acidentes com peixes-elétricos aumentem. Com a seca dos rios e lagos, o aparecimento do peixe, popularmente conhecido como 'poraquê', deixa muitos banhistas apreensivos.
Para entender se de fato, o choque de um peixe elétrico pode matar um ser humano, o g1 foi atrás de especialistas que explicam detalhes sobre essa espécie.
O que é o peixe-elétrico?
O peixe-elétrico, mas também chamado de 'poraquê' em muitos estados da Amazônia, é a maior espécie de peixe-elétrico e a mais comum na região. Segundo o biólogo Flávio Terassini, ele pode chegar a 2,5 metros de comprimento.
Quanto de descarga elétrica ele produz e por quê?
O poraquê é o único que produz descargas elétricas fortes, usadas para caça e defesa. Segundo Terassini, a voltagem produzida por ele pode chegar a 600 volts.
Flávio Terassini explica que o peixe só irá atacar uma pessoa se ele se sentir ameaçado e se a pessoa invadir o espaço dele.
"Essa é uma estratégia inclusive, que ele usa pra caçar outros peixes e também se defender de predadores como a sucuri, onça, jacarés que tentam predar o peixe elétrico", explica.
Há chances de morrer após levar um choque de poraquê?
De acordo com o biólogo, caso a pessoa esteja completamente dentro da água no momento do choque, é possível que a musculatura seja afetada, o que causa paralisia e aconteça um afogamento.
"A eletricidade é dissipada pela água, atingindo a pessoa que tem a sua musculatura afetada. Essa descarga elétrica vai dar um uma estática nas pernas, nos membros inferiores e superiores e a pessoa começa afundar, porque ela não consegue nadar" explica Flávio.
Ao g1, a Dr. Coordenadora do Laboratório de Ictiologia e Pesca da Universidade Federal de Rondônia (Unir), Carolina Doria, fez um alerta e disse que a descarga de peixe em si não mata, mas vários fatores contribuem.
"Tem vários fatores que contribuem para que a pessoa morra e o local é um deles, como em lugares lodosos [lamacentos], mas o que mata é essa soma de fatores. É necessário alertar, senão daqui a pouco, o pessoal tá aí matando poraquê", relata.
Por Mateus Santos, g1 RO